Sufocados pelo progresso

 

A narrativa visual mostra a presença de um conjunto de grandes empreendimentos na vizinhança de Barra do Riacho. Diante da ausência de uma política de gestão dos riscos socioambientais, ou mesmo de uma política de evacuação, em caso de acidentes, o cotidiano local se torna bastante insalubre. Considerando a natureza de cada empreendimento: balões para armazenamento de petróleo e gás, químicos lançados ao ar pelo processo de branqueamento da celulose, o gigantismo dos empreendimentos logísticos e outros de grande porte que atingem os territórios pesqueiros, nota-se uma triste ironia presente no lugar; qual seja, uma comunidade que abriga empresas que geram muito lucro e se sustentam pelo discurso do progresso, mas que, por outro lado, convive com altos índices de desemprego e problemas socioambientais (como crise hídrica, poluição do ar e das águas, etc.). A pergunta a ser feita é: progresso para quem? (Registros fotográficos de 2014 – Acervo GEPPEDES/UFES).  

Na narrativa, observa-se, ainda, o mapa dos “Impactos de vizinhança dos empreendimentos em Barra do Racho” (2017), produzido no âmbito do Projeto de Extensão “Áreas protegidas e grandes projetos de desenvolvimento” (MEC/PROEXT, 2016). Mapa de autoria de Jerônimo Amaral de Carvalho, que mostra a proximidade, em escala espacial (por metros), dos principais empreendimentos localizados em Barra do Riacho.  

(Registros fotográficos de 2016 e 2017 – Acervo GEPPEDES/UFES)