Represamento do rio Riacho

 

Embora o município de Aracruz seja considerado um berço de águas doces, por conta da presença de mananciais, rios e riachos, é verdade também que ele enfrenta grave crise hídrica. O rio Riacho que banha a localidade, fonte de água e lugar de trabalho para os pescadores, sofre com a diminuição do seu volume por conta do barramento que a empresa Suzano impõe, a fim de garantir às suas fábricas (instaladas na região) a água necessária para a produção de celulose. A empresa capta e administra a maior parte das águas doces locais. Por meio de comportas (uma grande engenharia com quatro aberturas) construídas dentro do próprio rio Riacho, a empresa regula o volume de água que ela decide deixar escoar pelo rio. Nem todas comportas são abertas diariamente, o que gera sistematicamente o assoreamento da Boca da Barra. Para o rio Gimuhuna, que desagua no rio Riacho, nas imediações das comportas, o destino é o mesmo, suas águas são impedidas de correr para o Riacho e são bombeadas em direção ao reservatório para abastecer as fábricas, tendo o seu curso natural invertido. Localmente, se diz que o “Gimuna” (como é nomeado) é o rio que corre ao contrário. Esse barramento das águas afeta diretamente a pesca e o abastecimento de água local. (Registros fotográficos de 2017 – Acervo GEPPEDES/UFES).