Experiências de vida com a arte

Entrevistado: Ó, eu comecei mais por acaso, ? Eu em oitenta eu tinha um barzinho em Santa Lúcia, e funcionava mais à noite, às vezes seis horas, só ia marinhos. E tinha um pessoal de um grupo de teatro, ? E paralelamente eles tinham uma oficina de arte, entendeu? Eu fiquei amigo deles e passei a frequentar lá e tal, e comecei a ajudar ele lá nas artes, gostei, entendeu? E depois comecei e desenvolvi minha técnica. E foi aonde eu comecei a trabalhar mesmo com arte. […] O primeiro curso que eu fiz foi de marcenaria. Em marcenaria dá muita noção pra mim. Desenhos técnicos […] isso aí me deu uma base pra fazer o que eu faço hoje, entendeu? […] Aí eu comecei a trabalhar com isopor., Depois de comecei no arame. […] Minha técnica de arame aqui ó, vendo ó, é vergalhão amarrado, tudo amarradinho, sem solda nenhuma, tendeu? E eu faço qualquer coisa. Vai desse tamanho, cinco metros, qualquer bicho eu faço. De arame, de vergalhão. Nas escolas de samba eu trabalhava com isso aí, vergalhão, escultura com ferro, com isopor também, madeira também. [...] Naquela época tinha o showmix, agora não tem mais, acabaram. Mas aí eu fazia o bonecão de isopor.[…]E aquela pintura que se encontra lá na peixaria da colônia, eu arranjei um aí é um modelinho, ? E fui, fui aí eu fiz a minha. Mas é uma representação de como era, era assim mesmo. Com as casinhas, entendeu? As ruas tudo areia, o bairro aqui era tudo areia. […] Hoje eu faço um trabalho na procissão marítima. No ano passado eu ganhei o primeiro lugar lá. Com esse trabalho que eu fiz aí fora [remete à escultura que se encontra no portão da sua casa: uma seringa gigante com a mensagem Eu sou a vacina, sou segura. Vacinem-se”], entendeu? aqui, em pé. Isso era uma vacina, uma seringa da Covid. Ela tem braços, aí ela foi se movimentando, ? Foi um maior sucesso.