Cotidiano De Um Pescador Artesanal 

Ah, pesca artesanal é isso aí, pesca de anzol, de rede. […] Tem dia que a gente sai do pescado, tem vez que vai e não traz nada. Um dia põe, outro dia não arruma nada. […] Antigamente quando aparecia cardume na praia, a gente tinha visão do cardume aparecer, né? Era bem mais fácil. Agora quando a gente sai pra pescar é sorte. O pescador tem que sair todo dia. O mar estando tranquilo, o pescador sai […] chega aqui é quatro, cinco horas da manhã, mas sai daqui cinco e meia, seis horas da tarde. […] A rotina do pescador é acordar cedo. Muitas vezes aqui no nosso litoral, o peixe come nesse clareado dia. Se você for muito tarde pra lá, você já perdeu a hora que ele comeu, entendeu? Mas o peixe come de manhã cedo, vai dando as 10 horas e já para. Entendeu? Não é porque eu vou sair pra pescar aqui, qualquer hora eu vou chegar lá e vou achar o peixe. Então é o horário do peixe. Aí você tem que ir cedo, o peixe começa a comer cedo. No clareado do dia o peixe já está comendo. […] A gente trabalha mais atrás da ilha, uns dois quilômetros da gente. Daí pra lá, dos navios até mais. […] Muitos vai no remo, outro vai no motor. Os que trabalham no remo muitas vezes é por causa valor do motor, né, é caro. […] Aqui a gente pega pescada, pega robalo, pescadinha, sardinha, peixe-espada. […] A pesca é um modo de sobrevivência da gente, né? Desde a infância. Já veio dos nossos avós, dos antepassados, e vem passando de geração em geração. Entendeu? E a gente tá aí resistindo, né? A gente faz o que a gente gosta. […] É uma profissão. É aqui que a gente tira o pão de cada dia.