Fragmento de entrevista realizada com pescador(a) artesanal em 2017
Entrevistado(a): Por mais que [Barra do Riacho] seja uma comunidade que tenha muitas empresas grandes, [tais como]: Porto Céu, Fíbria, Evonik, Canexo, Estaleiro Jurong Aracruz, Carta Fabril, Nutripetro, Ultragás – já foram oito. Aí tem… deixa eu mais qual…: Transpetro (que é TABR Terminal Aquaviário de Barra do Riacho), Terminal Imetame… Isso só grandes empresas, que muitas delas chegam a nível internacional. (…) Então, essas são as grandes. Se você pegar as pequenas que também tem aqui, aí vem Isometal, vem Tecvix, Isocarp, Gafor, a Fortmar, a Júlio Simões, tem Andritz, Gramado (….). Várias e várias outras (…).água
Entrevistador(a): Você tem noção de quantas pessoas essas empresas empregam?
Entrevistado(a): Então, aí nós vamos chegar lá. Essa é a cereja do bolo. (…) O que acontece? (…) Hoje, quando a empresa vem pra cá, se instalar aqui, [há] aquele processo de licenciamento, a LI e LO, [isto é], Licença de Operação e Licença de Instalação (…). Durante o decorrer dessas licenças que as empresas tiram, são feitas várias audiências públicas. Nessas audiências públicas, (…) são criadas condicionantes, e (…) uma delas diz o seguinte: cada empresa (…) quando estiver instalada aqui e operando aqui, a prioridade de contratação da mão de obra é do local. Então o quê que a gente entende? Entende-se que quando a empresa começa a funcionar, e no período de sua construção também, ela vai dar prioridade à comunidade [em] que ela está sendo instalada, que é Barra do Riacho. Porém, nós estamos indo na contramão disso. Não é o que acontece hoje. Nós estamos com um problema sério de desemprego aqui (…). Vários dos pais de família, hoje, de Barra do Riacho estão desempregados. (…) vêm pessoas de fora que estão trabalhando aqui! (…) [de] Vila Velha, de Vitória, Viana, Cariacica… (…) Então, quer dizer, é muito descaso com a nossa comunidade, entendeu? É muito descaso. Nossa comunidade sofre muito nesse quesito de emprego.