Fragmento de entrevista realizada com pescador(a) artesanal em 2017
Entrevistador(a): Você falou da pesca no mar, que muitos estão se arriscando apesar do fechamento e da proibição. E no rio, como é que tá?
Entrevistado(a): Não, na verdade o nosso rio ele é poluído, né? Ele não, ele não é pra você pescar, né? (…) Porque (…) a gente não tem saneamento, né? Então o esgoto da Barra do Riacho vai tudo pra lá, entendeu?! Barra… as empresas também, então… O nosso problema […] com a Fibria é [a] comunidade. Porque é isso. A gente não tem um esgoto, então desvasa tudo aqui [no rio Riacho], entendeu?! Então a gente tem…
Entrevistador(a): Tanto a comunidade quanto a empresa?
Entrevistado(a): Sim, sim… por mais que ela faz aquele tratamento, entendeu?!, É… eu pessoa não vejo aquilo como uma ajuda, entendeu?! Aquilo ali não ajuda muito, porque de qualquer forma vai vestígios pra cá. Então a gente tá… mesmo assim a gente tá sendo prejudicado.
Entrevistador(a): E além da Fibria, outras empresas também, né?
(…)
Entrevistado(a): Todas… todas. A Barra do Riacho em si, ninguém tem aqui tem um tratamento, então tudo que tiver próximo a Barra é tudo rio, vai tudo pro nosso rio, entendeu?! Só que algumas são menores, são empresas que são pequenas né; Fibria é outro porte né, Portocel é outro porte, né? É igual Jurong com Barra do Sahy, né, tudo da Jurong vai pro rio da Barra do Sahy, né… e também não tem um tratamento.